Unesco reconhece a Pampulha como Patrimônio Mundial da Humanidade
O Conjunto Moderno da Pampulha conquistou, na madrugada deste domingo (17), o título de Patrimônio Mundial da Humanidade. A decisão foi tomada durante a 40ª sessão do Comitê do Patrimônio Mundial da A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), realizada entre os dias 15 e 17 de julho, no Centro de Convenções de Istambul, na Turquia. A indicação da Pampulha foi ratificada pelos 21 países integrantes do comitê, por consenso, informou o Ministério da Cultura. Com essa decisão, o Conjunto da Pampulha, em Belo Horizonte, passa a ser o 20º bem brasileiro inscrito na Lista do Patrimônio Mundial.
Encomendado pelo então prefeito de Belo Horizonte Juscelino Kubitschek ao arquiteto Oscar Niemeyer, o conjunto modernista também contou com Roberto Burle Marx, que assina o paisagismo, e Cândido Portinari, autor do painel externo de azulejos da Igreja de São Francisco de Assis, que é um dos principais cartões-postais de Minas Gerais, lembra o ministério.
Também participaram do projeto original o engenheiro Joaquim Cardozo e os artistas Paulo Werneck, Alfredo Ceschiatti, August Zamoyski e José Pedrosa. Construído nos primeiros anos da década de 40, o conjunto antecipa conceitos arquitetônicos que viriam a ser aplicados anos mais tarde na construção de Brasília.
O valor dos edifícios é reconhecido por suas inovações. "O Conjunto Moderno da Pampulha é uma referência na arquitetura mundial pela utilização do concreto armado, que ainda não havia sido utilizado em construções semelhantes. Causou assim um impacto no mundo inteiro", acrescenta Leonardo Castriota, professor de arquitetura da UFMG e presidente do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios no Brasil (Icomos), órgão que assessora e dá pareceres à Unesco.
Compõem o Conjunto Moderno da Pampulha a paisagem que se forma com a integração entre a Lagoa da Pampulha e sua orla, os jardins de Burle Marx, a Igreja de São Francisco de Assis, o antigo Cassino (atual Museu de Arte da Pampulha), a Casa do Baile (atualmente Centro de Referência em Urbanismo, Arquitetura e Design de Belo Horizonte), o Iate Golfe Clube (atual Iate Tênis Clube) e a Praça Dalva Simão (antiga Santa Rosa).
O Conjunto já era tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e também pelos poderes estadual e municipal. Com o título internacional, ganha mais força o potencial turístico do Conjunto, que já é hoje uma das principais atrações para quem visita a capital mineira.
A candidatura vinha sendo representada pela arquiteta e urbanista Luciana Feres, diretora do Conjunto Moderno da Pampulha, que é vinculado à Fundação Municipal de Cultura (FMC). Era o único representante brasileiro na disputa. Além das obras de Niemeyer, a paisagem do Conjunto também é composta por jardins projetados por Roberto Burle Marx, painéis em azulejos do pintor Cândido Portinari e esculturas de artistas reconhecidos, entre eles Alfredo Ceschiatti e José Alves Pedrosa.
Fotos: 1 - Igreja de São Francisco de Assis, que compõe o Conjunto Moderno da Pampulha;
Foto 2 - Museu de Arte da Pampulha
Agência Brasil - Foto:Acácio Pinheiro