Apresentação

Turismo e a economia dos sonhos


Adriana Brambilla
O turismo desempenha um papel significativo na economia mundial, seja na geração de empregos, na contribuição do Produto Interno Bruto dos países, no efeito multiplicador na economia, entre outros aspectos. Recentemente o turismo tem despontado e encontrado inúmeras oportunidades na chamada economia dos sonhos. Segundo Gilmore e Pine (1999), a economia dos sonhos, também chamada de economia da experiência, caracteriza-se por apresentar quatro fatores: a educação, o entretenimento, a estética e o envolvimento. Ao analisarmos esses fatores sob o ponto de vista da atividade turística, podemos perceber que essa economia é uma grande oportunidade para um maior desenvolvimento das localidades turísticas. O turismo possibilita aos turistas a educação, ou seja, as atividades ofertadas possibilitam algum tipo de aprendizado, mesmo que a viagem tenha fins exclusivamente de lazer; o entretenimento, que pode ser compreendido como um momento de descontração, é um dos objetivos do turismo ao propor aos viajantes à “quebra de rotina”, a descontração; a estética que podemos entender como a aparência, a embalagem, e no caso do turismo temos as paisagens naturais, os monumentos históricos; e o envolvimento isto é, o grau em que as pessoas se interessam pelo produto e/ou serviço oferecido, que pode ser visto como o interesse crescente dos turistas em conhecer e participar da realidade do local visitado. Diante do exposto, podemos perceber através de pesquisa bibliográfica e de relatos dos turistas e do trade turístico, a importância do turismo na economia dos sonhos. É fundamental observarmos as necessidades dos turistas e aproveitarmos as oportunidades do turismo para incrementarmos a participação deste na economia e no desenvolvimento das localidades turísticas.

Referência Bibliográfica
GILMORE, James; PINE, Joseph. The experience Economy: Work is Theatre & Every Business a Stage. Harvard: Harvard Business School Press, 1999.
 Trabalho aprovado para o Congresso Nacional de Turismo de Ambiente-Portugal


Enoturismo: Uma inovação sustentável.


Mestra Adriana Brambilla
Universidade Federal da Paraíba
Universidade de Aveiro
GCET/UFPB

Doutor Jean Martin Marie Rabot
(Orientador)
Universidade do Minho

O turismo ao buscar alternativas sustentáveis vem desenvolvendo novos segmentos, e entre estes podemos destacar o enoturismo ou o turismo do vinho, um nicho turístico voltado ao vinho e à vinha. A sustentabilidade do enoturismo está ligada ao fato de promover o desenvolvimento regional, considerando os aspectos econômicos, culturais e ambientais. O turismo do vinho pode ser citado como um exemplo de nicho que vem possibilitando a implantação da atividade turística em regiões antes consideradas sem qualquer vocação turística. De acordo com Simões (2008), o enoturismo por sua especificidade encontra no meio rural, e em especial nas regiões menos desenvolvidas, o seu local de desenvolvimento, pois estes territórios conservam as características originais. O turismo do vinho pode assim ser considerado uma inovação sustentável, pois também viabiliza a ampliação do conceito de produto. Estes produtos podem variar desde a visita às instalações vitivinícolas, a prova dos vinhos, a gastronomia, museu, arquitetura do local, hospedagem até tratamentos de saúde e beleza baseados no vinho, os spas. Neste sentido, pretendemos, neste trabalho, apresentar as contribuições do enoturismo para a sustentabilidade das localidades onde se desenvolve. Para a consecução deste objetivo realizamos uma pesquisa bibliográfica e a observação in loco nas regiões do Douro (Portugal), no Vale do Vinhedo e no Vale do São Francisco (ambos no Brasil) as quais nos permitiram conhecer os benefícios trazidos pelo turismo do vinho nas regiões em estudo. O Enoturismo nestas regiões, embora com características muito distintas, tem possibilitado a implantação de atividades turísticas sustentáveis, ressalvando-se a importância do Governo, do Trade Turístico e da população atuarem em conjunto visando os princípios do desenvolvimento sustentável. Ressaltamos ainda que, este estudo terá continuidade em uma tese de doutorado.
Palavras-chave: Enoturismo, inovação, sustentabilidade.
Referência Bibliográfica
SIMÕES, Oliveira. A vinha e o vinho em Portugal: contributos para o desenvolvimento local e regional. Escola Superior Agrária, Instituto Politécnico de Coimbra, 2002.

Fonte: Trabalho aprovado para o Congresso Nacional de Turismo de Ambiente- Portugal.

CONGRESSO EUROPA DAS NACIONALIDADES

Esta Conferência Internacional, realizada sob o alto patrocínio do Presidente da Comissão Europeia, tem assim, como objectivo primordial, contribuir para o vasto fundo de reflexão acerca do futuro da Europa unida, precisamente porque diversa e múltipla nos seus Mitos de Origem relacionados com as diversas nacionalidades que as constituem. Investigadores e peritos nacionais e internacionais, reconhecidos nos campos das artes e das ciências humanas e sociais, contribuirão para o aprofundamento do debate em torno do tema proposto e das linhas fundamentais que configuram a eterna demanda identitária, entre a legitimação narrativa e as várias metamorfoses dos mitos de origem. O Congresso Internacional, cuja Comissão Científica é presidida pelo Dr. Guilherme de Oliveira Martins, terá lugar na Universidade de Aveiro, Portugal, entre os dias 9, 10 e 11 de Maio de 2011, e é uma organização conjunta do Centro de Línguas e Culturas da Universidade de Aveiro (CLC), do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Universidade de Lisboa (CLEPUL) e da Associação Internacional de Estudos Ibero-Eslavos (CompaRes).
Fonte: Maria Manuel Baptista- http://europe-nations.web.ua.pt/

CIDADANIA E TURISMO


Flora Queiroga Tabosa
Estudante do Curso de Turismo da UFPB
Grupo de Cultura e Gestão em Turismo-GCET/CNPQ

Adriana Brambilla
Professora do Curso de Turismo da UFPB
Grupo de Cultura e Gestão em Turismo-GCET/CNPQ
e-mail: adrianabrambillaa@yahoo.com.br



RESUMO Esse trabalho resulta de uma participação no projeto “O Futuro Visita o Passado” o qual está inserido no “Programa de Educação Patrimonial João Pessoa, Minha Cidade” desenvolvida no município de João Pessoa, Paraíba, no período de 2009/2010. O desenvolvimento do projeto envolveu o acompanhamento de alunos do nível fundamental de ensino da rede municipal para conhecer os principais monumentos do centro histórico de João Pessoa. E, além de conhecerem a história da cidade desde o seu surgimento, também tiveram acesso a noções essenciais sobre patrimônio e sua importância para todos, enquanto cidadãos, a partir do conhecimento de conceitos e exemplos práticos sobre cultura, memória e identidade. Entende-se que esta iniciativa é uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento do endomarketing, como forma de promover a auto-estima dos jovens, sobretudo quando se pensa na tendência mundial de fomento às políticas públicas voltadas à preservação da identidade regional e local, como forma de garantir cidadania. A prática do endomarketing aliada à atividade turística torna os moradores agentes ativos na preservação e divulgação da cultura local. Reconhecer monumentos históricos, manifestações culturais e costumes em geral da região em que se vive e identificar-se com os mesmos, como algo que faz parte de nós enquanto seres humanos e cidadãos, é de extrema importância para o estabelecimento de uma identidade coletiva e consequente valorização e preservação dos bens culturais do local onde se vive.

PALAVRAS-CHAVE: Turismo. Endomarketing. Cidadania.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BRAMBILLA, Adriana. Orientações para Elaboração de Artigos Científicos. UFPB, João Pessoa, 2009 (BC/CDU: 001.891).
DIAS, Reinaldo. Turismo e Patrimônio Cultural: recursos que acompanham o crescimento das cidades. São Paulo: Saraiva: 2009.
MARTINS, Clerton. Patrimônio Cultutal: da memória ao sentido do lugar. Rio de Janeiro: Roca, 2006.
IPHAN. Programa de Educação Patrimonial João Pessoa, Minha Cidade. Orientações Pedagógicas. João Pessoa, 2009.

Publicado no CCHLA EM DEBATE -2010

ENOTURISMO E O PATRIMÔNIO CULTURAL

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ENOTURISMO E O PATRIMÔNIO CULTURAL

BRAMBILLA, Adriana¹
Resumo

Partindo-se da compreensão que o turismo é uma atividade de grande crescimento em todo o mundo, é possível observar seus impactos nos locais onde se tem desenvolvido de forma desordenada e sem uma gestão sustentável. Neste caso podemos ver o turismo de massa, geralmente caracterizado pela ampla divulgação e pouca preocupação com infra-estrutura, acolhimento dos turistas, proteção dos meios natural e cultural e resultados para a população local. Ao contrário deste, alguns segmentos turísticos pelos seus próprios objetivos e perfis dos turistas podem gerar benefícios de forma sustentável para o núcleo receptor. Como exemplo pode-se citar o enoturismo. Uma atividade relacionada ao vinho e que está diretamente ligada ao modo de produção local, ao conhecimento da forma como vivem as pessoas que trabalham nos locais. Pode-se destacar que um dos principais objetivos do enoturista é ver e vivenciar a realidade local. Por isso, o enoturismo pode ser um exemplo do turismo de experiência, ao permitir que os turistas vivenciem a realidade local. As atividades turísticas ligadas à produção do vinho são hoje para muitos países, alternativas para o desenvolvimento regional. Costa e Dolgner (2003) explicam que “o enoturismo, associado a uma estratégia de marketing, terá como objetivo fundamental a promoção do desenvolvimento regional numa perspectiva econômica, social, cultural e ambiental” Assim, o presente estudo propôs discutir o enoturismo como uma forma inovadora da preservação do patrimônio cultural a ser desenvolvido nos destinos turísticos onde se tem a produção de vinhos. Para a consecução do objetivo deste trabalho foram feitas pesquisas bibliográficas em livros, sites, revistas científicas, com o intuito de realizar um estudo exploratório inicial, que terá continuidade em um projeto de doutorado. O conceito utilizado neste trabalho para patrimônio cultural será o de Boyd (2002, p. 213) por apresentar toda a amplitude do termo, ao considerar que “o patrimônio deve ser dividido em: natural (locais de beleza extraordinária), cultura (costumes), industrial e pessoal (aspectos que têm significado para uma pessoa ou grupos de pessoas) e também propõe que as formas de turismo recreativo praticadas dentro de um bem patrimonial, seja natural ou cultural, sejam classificadas como turismo cultural”. O enoturismo, segundo Hall e Sharples (2003), pode ser definido como a visita, às vinícolas, aos festivais de vinho, aos espetáculos relacionados, de modo a provarem os vinhos produzidos nessas regiões visitadas. Costa (2009) acrescenta que essas atividades, como a experiência de observar a fabricação dos vinhos, experimentar os diferentes tipos de vinhos produzidos numa determinada região, provar a gastronomia local e conhecer os costumes regionalizados é uma forma especial de entrar em contato direto com a cultura, com o meio e com a população de um local em visitação. Segundo Inácio e Cavaco (2010), “o enoturismo surgiu após a Segunda Guerra Mundial, com as visitas às caves e adegas, porém, somente nos anos noventa surge como fenômeno autônomo”. O turismo vem se dividindo em vários segmentos e nichos com o objetivo de atender às expectativas dos consumidores. Como resultado dessa divisão, tem-se o surgimento de vários produtos turísticos que vão se adequando não só à demanda, mas também às características dos núcleos receptores, o que vem permitindo atender de forma mais criteriosa diferentes públicos e também viabilizando a implantação de atividades turísticas em diversos locais, e não apenas nos grandes centros urbanos ou nos locais de sol e mar. Regiões antes, sob o ponto de vista do turismo de massa, sem qualquer atrativo turístico têm-se tornado, altamente atraentes para o turismo, após a definição dos segmentos de atuação turística. O enoturismo pode ser citado como um exemplo de nicho que vem possibilitando a implantação da atividade turística em regiões antes consideradas sem qualquer vocação turística. De acordo com Oliveira (2003) o enoturismo por sua especificidade encontra no meio rural, e em especial nas regiões menos desenvolvidas, o seu local de desenvolvimento, pois estes territórios conservam as características originais. O enoturismo ao despertar o interesse pelo patrimônio local contribui para a conservação dos prédios, história, artesanato, gastronomia, entre outros. Um exemplo é a Biltmore House, na Carolina do Norte, Estados Unidos, onde a maior casa de família do país, com 250 cômodos, passou a ter sua principal fonte de renda a partir do enoturismo e do turismo gastronômico. “Como conseqüência, o turismo foi um fator de revitalização assim como de afirmação cultural e econômica do local”. (www.furb.br). Segundo Oliveira (2003), um dos grandes atrativos do enoturismo é o elevado gasto médio diário dos turistas, e o fato de os enoturistas buscarem conhecer locais que conservaram as características etnográficas e a autenticidade, estimula a proteção das tradições e do meio-ambiente como forma de perpetuar a oferta turística. O enoturista tem como fator de motivação o conhecimento, o aprendizado, e por isso respeita e promove a valorização dos costumes das populações receptoras. Ao valorizar essas populações, incentiva a preservação do patrimônio histórico, viabiliza a participação ativa da comunidade na organização das atividades turísticas e a inserção destes no mercado de trabalho.

Palavras-chave: enoturismo, cultura, preservação

Referências bibliográficas

CAVACO, Carminda e INÁCIO, Ana Isabel. Enoturismo em Portugal: forma de desenvolvimento regional e afirmação cultural local. Revista Turismo e Desenvolvimento. Nº 13/14/2010. Vol.2.

COSTA, A; DOLGNER, R. O enquadramento legal do Enoturismo. 1º Encontro do Turismo em Espaço Rurais e Naturais. Escola Superior Agrária de Coimbra, 2003

COSTA, Ewerton Reubens Coelho. Enoturismo retomando o culto a Baco através do turismo. eGesta, v. 5, n. 3, jul.-set./2009, p. 27-38eGesta - Revista Eletrônica de Gestão de Negócios da Universidade Católica de Santos

HALL, M., SHARPLES, L The Consumption of Experiences or the Experience of
Consumption? An Introduction to the Tourism of Taste In Hall, M. et al. Food Tourism Around the World. Oxford: Elsevier,2003

OLIVEIRA, Simão Pedro Ravara de O Turismo Gastronômico e o Enoturismo como potenciadores do Desenvolvimento Regional. Escola Superior de Tecnologia do Mar - IP

www.jornaldeturismo.com.br. < acesso em 30/03/2010>
www.gastroonline.com.br < acesso em 05/04/2010>
www.furb.br < acesso em 05/04/2010>


Trabalho apresentado no Fórum Internacional da Associação Mundial para a Formação em Turismo e Hotelaria - AMFORHT.2010